Estranho!
Estranho que consigamos desejar e ambicionar o desconhecido - uma vida que não conhecemos, mas que pensamos ser aquela que sempre desejámos, alguém com quem nunca sequer falámos mas de quem achamos que gostamos, um lugar onde nunca estivemos antes, mas onde julgamos que nos vamos sentir em casa, uma coisa que não sabemos se afinal vai contribuir para que vivamos melhor, mas que queremos muito alcançar...
É como se estivéssemos bem apenas onde e com quem não estamos, apenas como nunca estivemos, ou como já alguma vez estivemos sim, mas já não estamos. Faz lembrar o poema do António Variações, que falava sobre a insatisfação constante com o que somos e temos em cada momento.
Até com a meteorologia conseguimos ser insatisfeitos - se está muito quente é porque está irrespirável, se chove é porque queremos ver um raio de sol e não podemos, se está frio, é porque nos faz afinal falta o calor...
Hoje é um desses dias. Um dia em que a insatisfação constante me deixa a pensar sobre o que afinal gostaria de ter, ser ou viver e que me faz sentir "ESTRANHA".
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