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domingo, 25 de julho de 2010

A minha amiga NOITE


À noite chegam todos os medos, sensações estranhas, barulhos esquisitos, pensamentos e alertas sobre as coisas que temos para resolver...
Durante a noite os sonhos e a cabeça na almofada, dão-nos soluções para os problemas que reaparecem com o nascer do sol.
A noite tem, no entanto, uma coisa que adoro: o SILÊNCIO. O tal que na escuridão nos faz ter medo, ouvir sons que não identificamos à primeira, que nos ajuda a reflectir sobre o dia anterior e os dias seguintes, que nos dá paz de espírito, que nos ajuda a adormecer...
A noite é como que uma solidão que nos faz companhia.
Quando era pequena tinha medo do escuro, da noite, das sombras, do silêncio absurdo que me fazia ouvir tantos sons.
Hoje, à noite, ouço o mesmo silêncio com o dobro da atenção, fico de olhos bem abertos e sem me esconder na almofada e, muitas vezes, apesar do meu esforço, não consigo enxergar as tais sombras e barulhos.
A noite para mim mudou. Cresceu comigo, como se fosse a minha melhor amiga.

domingo, 18 de julho de 2010

Estar bem ou não estar...

Estranho!
Estranho que consigamos desejar e ambicionar o desconhecido - uma vida que não conhecemos, mas que pensamos ser aquela que sempre desejámos, alguém com quem nunca sequer falámos mas de quem achamos que gostamos, um lugar onde nunca estivemos antes, mas onde julgamos que nos vamos sentir em casa, uma coisa que não sabemos se afinal vai contribuir para que vivamos melhor, mas que queremos muito alcançar...
É como se estivéssemos bem apenas onde e com quem não estamos, apenas como nunca estivemos, ou como já alguma vez estivemos sim, mas já não estamos. Faz lembrar o poema do António Variações, que falava sobre a insatisfação constante com o que somos e temos em cada momento.
Até com a meteorologia conseguimos ser insatisfeitos - se está muito quente é porque está irrespirável, se chove é porque queremos ver um raio de sol e não podemos, se está frio, é porque nos faz afinal falta o calor...
Hoje é um desses dias. Um dia em que a insatisfação constante me deixa a pensar sobre o que afinal gostaria de ter, ser ou viver e que me faz sentir "ESTRANHA".

sábado, 10 de julho de 2010

Ser Humano


Quase nunca nos apercebemos do momento certo para assumirmos as grandes decisões das nossas vidas.
Na verdade, o ser humano é desatento por natureza. Alheia-se da realidade num estalar de dedos. Enfia a cabeça na areia, tal como a avestruz, quando não quer ver. Uns fazem-no propositadamente, outros porque sem querer saem da órbitra terrestre e navegam à deriva. Outros ainda porque conscientemente são pouco corajosos para as grandes decisões. Enfim. Todos acabamos por deixar escapar algumas das oportunidades, para as decisões e mudanças mais importantes.
Para sabermos em qual dos grupos nos encaixamos, quase que preferimos fazer um "quizz" e dar à resposta do questionário, a interpretação que mais nos convém. Tudo porque somos cobardes, pouco corajoso, comodistas, acomodados, inertes, masoquistas, preguiçosos...
Mas na verdade o ser humano acha-se o máximo - cheio de si, maravilhoso, dono de uma enorme coragem ....
Somos uma fraude. Mostramos o que não somos na realidade. Fazemo-nos passar pelo ideal que cada um tem de si próprio. Transmitimos ao outro uma fachada perfeita e feliz, enquanto por dentro sangramos de dor. Depois, quando olhamos para o nosso interior, choramos de raiva...tudo porque nos falta a coragem.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A terra dos 5 sentidos

Na minha terra vejo o mar e a serra.
Na minha terra cheira a água salgada e a peixe fresco.
Na minha terra os sabores são intensos e doces.
Na minha terra fala-se com sotaque fechado e comem-se as palavras.
Na minha terra gritam-se pregões que mais ninguém entende.
Na minha terra o mar é cor de prata.
Na minha terra o céu azul claro tem um sol quente e forte por companhia.
Na minha terra a lua é luminosa e as estrelas vêem-se ao espelho nas águas da ria.
Na minha terra sinto-me em casa.
Na minha terra ouço, cheiro, vejo, saboreio e sobretudo... na minha terra sinto.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sonho ou realidade?


Sonhar faz falta e faz bem. Sonhar é saboroso. Sonhar faz-nos acordar com mais energia. Sonhar é uma forma de ser feliz.
Todos sonhamos em ter uma "vida de sonho". Todos idealizamos milhares de coisas boas, à noite em sonhos dormidos, ou de dia, quando sonhamos acordados. Quem é que ainda não sonhou com amar e ser amado por uma pessoa especial, que até sabemos quem é, mas que na vida real não temos coragem de abordar? Quem é que ainda não desejou secretamente partir para aquele lugar tão perto ou tão longe, mas que é um sítio de sonho? Quem é que não idealizou ainda tudo o que pode vir a fazer com um prémio em dinheiro de um desses muitos jogos, em que grande parte de nós aposta semanalmente, muitas vezes já sem fé, mas sempre a sonhar com todos os sonhos materiais que pode concretizar? Quem é que ainda não conduziu quilómetros e quilómetros de estrada, em estado de hipnose, sem se aperceber por onde passou e como chegou ao destino, tudo porque durante a viagem passou o tempo a sonhar acordado?
Sonhar faz parte de todos nós. Sonhar é questionar o que queremos para o nosso futuro. Sonhar é responder aos desafios que a vida nos apresenta todos os dias. Sonhar faz-nos encontrar as respostas que precisamos para seguir em frente. Sonhar é uma forma de encarar a realidade. Por tudo isto, sonho em continuar a sonhar e desejo, em todos os meus sonhos, que os sonhos se tornem realidade.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Força da Natureza


Por vezes sinto vontade de me deixar ir à deriva no mar azul e tranquilo do Sul. O mar, seja ele qual e onde fôr, renova-me todas as energias. E mesmo quando está mais revolto - nos famosos dias quentes de levante - ele tem essa capacidade. A capacidade de me fazer sonhar (em tons de rosa), sorrir (com inocência), voar (em pensamento), ter vontade de deixar tudo para tráz e ir à procura da minha verdadeira origem, do meu verdadeiro lugar...
Será que fui peixe noutra vida?! Não acredito. Ou melhor, não gostaria de o ter sido. Prefiro acreditar que o mar esteve sempre presente nas minhas várias passagens por aqui e que por isso, ainda hoje me faz vibrar, faz-me sentir viva e cheia de ar para respirar fundo.
A paz de espírito vem só de olhar para ele ao longe e entranha-se em mim a cada passo que dou na sua direcção.
Hoje acredito que não sou nem fui do mar, mas sei também que é para lá deste mar que vejo sempre que posso, que está o meu verdadeiro eu e tenho a certeza que, um dia, vou encontrá-lo.