No outro dia alguém, num grupo em que estava inserida, disse algo como "por vezes não perdemos coisas ou pessoas, mas livramo-nos delas".
Na altura não me fez muito sentido e até achei que era um estado de alma demasiado radical. Nem comentei, porque a conversa não era comigo e nestas coisas, acho melhor ficar de ouvinte.
Dias depois acabei por contar a uma amiga sobre o que tinha ouvido e entendi - na verdade, quando perdemos ou nos afastamos de algo ou alguém, por alguma razão que não é clara ou que não nos parece aceitável, sentimos dor. Dor de perda, dor de adaptação à mudança, dor de solidão. Dor. Não sabemos sequer identificar. Só sentimos o aperto no peito e a ângustia.
O tempo acaba por nos mostrar que, a dor da perda foi sempre menor, do que a dor futura, se não tivessemos passado pela dita perda.
E isto faz pensar? Faz!! Será que nos temos de convencer que, quando somos sujeitos a processos dolorosos de mudança, devemos encarar que essa mudança será sempre para melhor....mesmo que nos custe o sangue naquele momento?!
Será que é aqui que se aplica o ditado "Deus tira com uma mão e dá com a outra?" Ou aquele que diz que "quando se fecha uma porta, é porque se abre uma janela?!".
Não há resposta ou respostas para isto! Mas o tempo diz-nos que sim. Que é assim! Que tudo tem uma razão de ser e que, para certas coisas boas acontecerem, outras, menos positivas, têm de ocorrer. Só assim daremos o devido valor ao que perdemos e ao que acabámos de ganhar (mesmo que o que acabámos de ganhar, seja aquilo que havia sido perdido, mas que surge como uma nova oportunidade).