Vi hoje uma página no Facebook chamada
"As pessoas não mudam, revelam-se". Não consegui deixar de sorrir.
Podemos conviver
anos a fio com alguém sem nunca conhecer os seus maiores defeitos,
os desequilíbrios, as vidas paralelas, os medos e inseguranças, as
incapacidades.
Pior que isso, projetamos
no outro, alguém que gostaríamos que o outro fosse, sobretudo no que diz
respeito às virtudes.
Um dia o verniz
estala e lá se vão as qualidades! O poço de virtudes passa então a um poço sem
fundo e carregado de musgo escorregadio e mal cheiroso, as vidas paralelas são
postas a nu, a agressividade e o desequilíbrio substituem o carinho,
a disponibilidade dá lugar à mentira e omissão e até as ameaças aparecem em vez
da compreensão e da capacidade de ouvir. Pior. O desinteresse pelo próximo e pelo seu bem estar, pela vida humana seja ela de quem for e o foco no seu próprio umbigo aparecem como algo que afinal era inato ali. Só não tínhamos dado conta.
Bom saber é que
afinal, no meio desta merda toda, ainda há quem não precise de se revelar,
porque sempre foi genuíno e verdadeiro, não usou máscaras e por isso também não teve de as tirar.